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sábado, 20 de março de 2021

O que é canône e o que não é em Dragon Ball

 Para quem não sabe, cânone é o nome dado ao que é oficial no histórico de uma franquia. Então eventos, personagens, séries e tudo mais que é oficializado é chamado de canônico.

Com Dragon Ball muita gente fica confusa, porque o cânone é um tanto bagunçado mesmo, já que a história foi mexida de um lado para o outro por mais de 30 anos. Por isso criei esse breve guia explicando o que é e o que não é oficial!

Vamos começar com o que é canônico. Todos eles tiveram influência direta do criador, Akira Toriyama, por isso possuem total consentimento para pertencerem ao universo oficial da franquia.
Abaixo de cada tópico eu coloquei o que o material adiciona ao cânone.

O CÂNONE

Dragon Ball, o mangá original
Como acontece na maioria das franquias, o material original é o cânone supremo. Tudo que está no mangá original de Dragon Ball é oficial e indiscutível. Ele foi publicado de 1984 a 1995, escrito e desenhado por Akira Toriyama, tornando-se então a expressão do que o autor queria nos passar. E não tem as divisões que encontramos nos animes, indo desde quando Goku cai na Terra até o arco do Majin Boo. Como vou passar por tudo isso nas próximas explicações, então não vou expandir muito esse tópico.
 

 
Dragon Ball, o anime
O primeiro anime de Dragon Ball, lançado de 1986 até 1989, adapta o mangá do capítulo 1 ao capítulo 194, praticamente sem alterações. Como esse anime passou por dois estúdios japoneses, a divisão entre sagas é diferente. Na Toei Animation foram quatro sagas e na Funimation, sete. Mas, basicamente, esse anime cobre as seguintes sagas do mangá:
  • Saga do Imperador Pilaf
  • Saga do 21º Torneio de Artes Marciais
  • Saga da Red Ribbon
  • Saga da Vovó Uranai
  • Saga do Tenshinhan
  • Saga do Piccolo Daimaoh
  • Saga do Piccolo Jr.

Até aqui a história é bem simples. Temos um Goku ainda criança que sai pelo mundo procurando pelas esferas do dragão, derrotando inimigos e participando de torneios de artes marciais. A história envolve muito mais monstros, seres mitológicos e lutadores humanos. O protagonismo de Goku é bem dividido principalmente entre Bulma e Yamcha, algo que vai mudar bastante mais para frente.

Dragon Ball Z
A continuação do primeiro anime traz a adaptação das sagas restantes do mangá. Eu acredito que essa divisão faz bastante sentido, porque além de termos um salto temporal para um Goku adulto, é a partir da Saga do Piccolo Jr. que o enredo muda drasticamente. As aventuras na Terra e os torneios de artes marciais dão lugar a tramas bem mais amplas, repletas de alienígenas (o próprio Goku é revelado como alienígena aqui), androides e entidades mágicas, mostrando que o universo é bem maior e perigoso. Aquela trama básica de procurar pelas esferas do dragão é quase que deixada de lado, tornando-se apenas uma história de fundo em alguns casos.

Como citado, o protagonismo muda bastante aqui. Goku cresce muito mais que os outros personagens, com Bulma, Yamcha, Tenshinhan e companhia tornando-se quase personagens terciários (eles ficam fora de arcos inteiros até!) assim que novos personagens mais poderosos (e alguns, podemos dizer, mais interessantes) são introduzidos, como Piccolo, Vegeta e, é claro, Gohan, que teria muito destaque em DBZ.

As sagas são as seguintes:

  • Saga dos Saiyajins
  • Saga do Freeza
  • Saga dos Androides
  • Saga do Cell
  • Saga do Majin Boo

A forma mais poderosa de saiyajin que existiu até aqui é o Super Saiyajin 3, e o personagem mais poderoso é o Vegetto, fusão de Goku e Vegeta, pois foi a forma final usada para derrotar o que é o inimigo mais poderoso até então, Majin Boo. Ou seja, essa é a conclusão de níveis de poder do mangá original também.


Dragon Ball Kai

Dragon Ball Kai foi, basicamente, uma remasterização do Dragon Ball Z, repassando os mesmos arcos só que agora com a trilha sonora, abertura e diálogos melhorados, além de melhora na qualidade de vídeo, tudo isso para comemorar os 20 anos da série. Como não muda o original em quesito de história pode ser considerado canônico também.


Dragon Ball Super, o anime
Dragon Ball Super foi a primeira série em anime original de DB em 18 anos (antes dele só o Dragon Ball GT), criada pelo próprio Akira Toriyama. Veio junto com uma nova leva de filmes que mudou completamente o estilo da série. Primeiro que a animação deu avanços inacreditáveis para melhor, depois há avanços também no roteiro, com o universo sendo expandido de maneira nunca vista antes. Enquanto a transição da série clássica para o DBZ mostra que existem outras planetas habitados, DB Super mostra que existem outros universos inteiros! Também introduz toda uma nova hierarquia de deuses e brinca com o conceito de mesmos personagens, só que de uma realidade alternativa.

As sagas são:

  • Saga do Deus da Destruição Beerus
  • Saga do Freeza Dourado
  • Saga do Universo 6
  • Saga do Trunks do Futuro
  • Saga do Torneio do Poder (ou Saga da Sobrevivência do Universo)

Uma coisa muito inteligente que o Super fez foi trazer para o universo canônico algumas coisas que os fãs tinham aprovado em histórias não canônicas, além de fazer o mesmo com conceitos. É como se ele estivesse esperado apenas ouvindo as críticas para depois vir com a solução de todos os problemas porque sabia exatamente o que os fãs queriam.

Algumas mudanças conceituais foram: as regras de viagem no tempo ficaram mais concisas, a história de alguns planetas, especialmente o Planeta Vegeta, foi melhor contada, estruturas de poder e hierarquias foram melhor definidas e por aí vai.

Personagens amados também foram canonizados com mudanças para torná-los como melhor, como aconteceu com Bardock, Gogeta, Broly, etc.


Dragon Ball Super, o mangá
Indo na contramão do que é comum, o mangá de Dragon Ball Super veio depois do anime. Ele se encaixa logo depois do mangá original, apesar de não ser escrito e desenhado (só supervisionado) por Toriyama, com esse trabalho indo para o mangaká Tayotaro.
A ideia do mangá é abordar só um pouco do que foi feito no anime, pois nós veremos muito mais eventos do que o anime mostrou, como você pode notar na lista de sagas já publicadas (na data desse post o mangá ainda está sendo lançado):

  • Saga do Deus da Destruição Beerus
  • Saga do Universo 6
  • Saga do Trunks do Futuro
  • Saga do Torneio do Poder
  • Saga do Prisioneiro da Patrulha Galáctica 
  • Saga de Granolah, o Sobrevivente (atualmente em lançamento)
 
Vale lembrar aqui que a Saga do Freeza Dourado e uma Saga do Broly (onde ocorreram os eventos do filme de 2018) são citadas como eventos existentes no mangá, porém foram completamente pulados na publicação. A explicação mais aceita é que, provavelmente, Toyotaro e sua equipe não quiseram refazer esses eventos no mangá, afinal eles já tinham desenhado versões ilustradas do filme antes. 

Como esse mangá traz os eventos mais novos dentro da cronologia da série, é daqui que podemos esperar os personagens mais poderosos ou versões mais poderosas de personagens já conhecidos!
 

Filmes

Somente dois filmes são considerados por Toriyama como continuação oficial de sua história, portanto canônicos: O Renascimento de Freeza e A Batalha dos Deuses, que oficializam pontos como a existência dos deuses da destruição e dos anjos, dos universos paralelos, o retorno do Freeza e por aí vai. Se você está se perguntando sobre Dragon Ball Super: Broly, saiba que até hoje não houve nenhum pronunciamento sobre ele ser canônico ou não. No entanto, o mangá de DB Super adicionou duas páginas entre sagas para dizer que os eventos do Broly aconteceram, então podemos considerá-lo canônico até que se diga o contrário. Foi canonizado de um jeito bem vagabundo? Foi. Pareceu apenas uma desculpa preguiçosa colocar essas duas páginas ao invés de inserir os eventos direitinho? Pareceu. Mas bem, fazer o quê, né?


MATERIAL NÃO -CANÔNICO

E a seguir teremos o material não-canônico. A maioria deles sequer passou pelas mãos de Akira Toriyama, por isso não são considerados oficiais e muitas vezes são desprezados nas séries seguintes. Alguns fãs também costumam desprezar completamente qualquer material não-canônico.

 
As situações, arcos e sagas fillers

Motivo de piada até hoje, os famosos "eternos cinco minutos" da explosão de Namekusei são efeito de fillers. A Toei Animation, que produzia o anime, precisava inserir episódios sem impacto direto na história para que a produção não ultrapassasse o lançamento do mangá, o que é bem normal na indústria. Mas ela também fazia outras mudanças para estender o anime, como adicionar golpes para prolongar as lutas ou estender algumas cenas. Justamente por isso a explosão de Namekusei demorou tanto para acontecer.
Algumas outras pequenas mudanças com relação ao anime está na morte de personagens figurantes, alguns diálogos e principalmente uma suavizada nas cenas violentas, já que o anime não podia ser tão sangrento quanto o mangá por conta do horário de exibição na TV.

Daria para fazer uma postagem inteira listando as pequenas inserções fillers (vocês querem algo assim? Eu poderia fazer), por isso vou levantar apenas os arcos inteiramente fillers. Como eu citei antes, o Dragon Ball original adaptou diretamente o mangá, então tem apenas três arcos fillers:

  • Arco do Treinamento Sozinho: um arco onde Goku viaja para treinar sozinho e acontece logo depois do Torneio da Vovó Uranai. Aqui Tenshinhan e Caos são inseridos antes do que acontece no mangá.
  • Arco do treinamento no céu: aqui vemos Goku treinar com o Sr. Popo e acontece logo depois do arco do Piccolo, então ainda está na transição entre o original e o Z.
  • Arco do vestido de casamento: esse arco existe para mostrar mais do relacionamento entre Goku e Chichi (algo que o mangá não faz) e aborda as vésperas do casamento entre os dois. Esse sim é o último arco geral do DB clássico.

Agora os fillers do Dragon Ball Z:

  • Saga do Garlic Jr.: continuação direta de um filme, então como nem o filme era canônico esse arco também não é.
  • Saga do Torneio do Outro Mundo: sendo não oficial implica que todos aqueles lutadores, como o Paikuhan, são fillers!
  • Arco do Grande Saiyaman: aqueles poucos episódios do Gohan e da Videl juntos.


Dragon Ball GT

Dragon Ball GT é um caso complicado. Ele é a continuação direta de Dragon Ball Z e teve pouquíssima participação de Toriyama na produção, mas nem mesmo ele fez questão de desprezar a obra. Tecnicamente falando, a existência do Super não contradiz o GT em momento algum, já que os períodos de tempo ficam meio confusos. Isso sendo bem técnico mesmo, porque todos nós sabemos que há diferenças de poderes, personagens e situações nunca citados, etc. Por isso o GT ser canônico ou não foi alvo de muitas discussões, até que um evento promocional chamado História de Dragon Ball foi exibido no Japão e ele não incluiu o GT, o que fez ele ser aceito como não-canônico desde então.

DBGT recebeu muitas críticas já na época de seu lançamento por trazer algumas mudanças bem incômodas, como trazer um Goku criança outra vez, inutilizar completamente o Gohan e tirar de foco personagens como Vegeta. Os vilões pouco interessantes também prejudicaram bastante.

Apesar de tantas críticas, muitos elementos do GT que os fãs gostaram foram canonizados mais tarde, como a Pan e o Gogeta.


Filmes

Absolutamente todos os filmes com exceção de O Renascimento de Freeza e A Batalha dos Deuses são não-canônicos. Isso totaliza dezoito filmes não oficiais e coloca na lista de personagens não-canônicos algumas figuras que muitos fãs amam, como Tapion, Bojack, Janemba, Hildegarn, Cooler, aquele primeiro Broly, o Gogeta absurdamente poderoso e outros.

Isso obviamente inclui (AINDA BEM) o filme live-action, que deve ser esquecido de nossas mentes.


Especiais animados

Dragon Ball Z possui cinco especiais animais, o GT tem mais um, e todos eles são não-canônicos. Um deles é o especial de crossover com One Piece e Toriko. Mas, mais importante, um deles é o especial do Bardock, onde somos apresentados ao pai de Goku. Toriyama gostou tanto desse personagem que ele foi canonizado mais tarde nos filme O Renascimento de Freeza.

Ah, e os três OVAs que existem também não são oficiais, o que já era de se esperar.


Jogos
Assim como os filmes, todos os jogos são não-canônicos, dessa vez sem exceção. Mesmo que Toriyama tenha participado diretamente da produção de vários deles, como o Dragon Ball Online, que muita gente considerou oficial durante um tempo. 

 


É isso, se ficou alguma dúvida podem usar os comentários para perguntar, eu realmente posso ter deixado alguma coisa passar.

Até a próxima postagem!

11 comentários:

  1. Só errou quando disse que não tem excessões entre os jogos, o Dragon Ball Kakarot é canônico, o próprio autor da obra veio falar sobre isso.

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    1. porra mlk mas conta a historia do dbz e algumas coisas do super ent n conta

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  2. E o super sayajin Omini?
    É canônico ou não é canônico?

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    1. Pelo que eu pesquisei ele foi criado por um youtuber, então não é canônico!

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  3. O super sayajin Omini é canônico ou não é canônico?

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  4. Gosto muito de dragon Ball mais esse lance de cânon e não cânon é uma bagunça total!

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  5. Kkkkkkk achei engraçado na parte do live action kkk, amei o post

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  6. Se o Akira quiser ele faz igual a Marvel e joga tudo no Akiraverso kkkkkk resolve esse rolo todo. Kkkkk

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  7. Podiam, fazer universos paralelos e canonizar tudo assim GT e outros passariam em outros universos onde o Goku teve a história parecida com a do universo do Clássico, Z e Super.

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    1. É uma boa ideia, inclusive abriria espaço pra aventuras bem variadas sem mexer na história original.

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