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sábado, 20 de maio de 2023

A Ciência de Dr. Stone - Parte 9: Navegação

 Para finalizar nossa análise da Ciência de Dr. Stone no arco da Era de Exploração só ficou faltando as tecnologias de navegação, que é o que cobrirei nesse post!

O mapa de tecnologias e invenções para a criação do navio Perseus é o seguinte:


Alguns desses itens acima eu não vou cobrir porque não há muito o que falar deles, como o mastro e o motor.

Uma das invenções mais avançadas nessa etapa do mangá foi a criação da tela. O princípio básico de uma tela (e uma televisão está inclusa nisso) é o tubo de raios catódicos, ou tubo de Braun (que, se não me engano, é como eles chamam no mangá). É um tubo com vácuo dentro, em uma ponta há um dispositivo que emite elétrons e na outra ponta há a parte da tela, que deve ser coberta por uma película que reage justamente aos elétrons, mudando de cor ou intensidade de brilho a depender do choque com essas partículas. O segredo do tubo de raios catódicos é que ele fica dentro de um eletroímã, então controlando quando e onde esse imã liga e desliga é possível manipular o caminho que os elétrons farão, definindo em que parte da tela eles vão se chocar. É fazendo esse controle do feixe de elétrons que as imagens são formadas.


Por ser uma invenção tão avançada ela é extremamente complicada de construir e aqui eu duvido que possa ser feita na situação que vimos no mangá. O tubo pode até ser construído e muitos cientistas fizeram os seus em casa para conduzir experimentos, mas os circuitos elétricos para controlar o feixe de elétrons ao ponto de gerar imagens coerentes em uma tela precisa ser tão preciso e bem feito que dificilmente seria possível naquela vila.


Passando para uma invenção mais plausível, a torre de sinal é algo que pode ser feito em casa, basta uma fonte de eletricidade bem forte. Senku optou por fazer uma torre de sinal em formato de toro (rosquinha), como vocês podem ver:


Eu acredito que ele tenha escolhido esse formato para emitir sinais em todas as direções, sem uma preferencial. Isso é bem comum em torres de sinal de telefone, por exemplo, já que o ideal é jogar sinal para todo lado mesmo. No entanto, eu acredito que o formato que está mais no nosso imaginário é esse:


Porque assim tanto a emissão quanto a recepção de sinais fica bem precisa, já que está focada em um único ponto. Para cobrir mais área, basta que a torre fique girando, assim esse foco móvel consegue cobrir todos os arredores. Eu realmente não sei se existe uma diferença muito grande na eficiência desses formatos, me informem nos comentários quem souber.

Usando a torre é possível criar um radar. O radar funciona assim: a torre emite um sinal de ondas eletromagnéticas em uma direção; se uma parte dessas ondas atingir algum objeto sólido ela vai rebater e voltar para a torre, assim a captação detecta a presença de algo naquela direção.  É para captar esse retorno que o radar tem aquele formato de parabólica.

O que o Senku fez no mangá foi conectar o retorno do radar na sua tela, assim ele poderia saber especificamente onde o sinal refletiu e, portanto, descobrir onde está o alvo detectado. Com isso é possível saber também a distância, basta calcular quanto tempo o sinal levou para sair e voltar. Tendo o tempo e sabendo a velocidade com que as ondas se movem (a velocidade da luz) é possível calcular a distância.


Uma torre pode captar não só o sinais emitidos por ela própria no radar, mas pode ainda captar sinais enviados por outras fontes. Foi assim que Senku e seus amigos receberam o famoso sinal WHY, que tem a ver com todo o processo de petrificação e que eu explico melhor em outro post.

Mas como estamos falando de navegação, existe uma outra ferramenta que pode ser mais útil: o sonar. O sonar possui o exato funcionamento do radar, a única diferença é que ele não usa ondas eletromagnéticas, o sonar usa ondas sonoras. Isso traz muitas vantagens na navegação porque ondas eletromagnéticas sofrem um pouco para se propagar na água, podendo passar por processos ópticos como refração e isso pode acarretar em distorções na detecção. Já as ondas sonoras viajam com muito mais tranquilidade, sem distúrbios e por distâncias maiores. Tem mais, lembram-se quando eu disse que as torres de radar podem captar sinais externos? Isso significa que elas podem ser rastreadas por radares de outras pessoas. Já o sonar não, é possível fazer um equipamento que emita sem ser detectado, o que é perfeito quando se trata, por exemplo, de submarinos.

Bom, acho que já escrevi muito até aqui, espero que tenham gostado de mais essa parte da série!

Confira todas as partes que já fiz (é só clicar na imagem):


https://universoanimanga.blogspot.com/2018/12/a-ciencia-de-dr-stone.html
Parte 1
https://universoanimanga.blogspot.com/2019/12/a-ciencia-de-dr-stone-parte-2.html
Parte 2
https://universoanimanga.blogspot.com/2020/01/a-ciencia-de-dr-stone-parte-3-remedio.html
Parte 3: Especial da criação de Remédios

https://universoanimanga.blogspot.com/2020/03/a-ciencia-de-dr-stone-parte-4.html
Parte 4

https://universoanimanga.blogspot.com/2020/04/a-ciencia-de-dr-stone-parte-5-especial.html
Parte 5: Especial da criação do celular
Parte 6 



Parte 7: Armas de guerra
Parte 8



Até a próxima postagem!

5 comentários:

  1. Muito obrigado por mais essa postagem, acho super legal aprender com mais detalhes sobre os feitos do Senku. Agora, você poderia explicar como funciona os fones de ouvido primitivos que o Senku fez ? Pois não entra na minha cabeça que ele fez um fone de ouvido blueetoth, que não usa bateria e funciona para sempre, nem no mundo atual tinha visto algo assim, pesquisei sobre mas não encontrei nada.

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    1. Desculpe a demora pra responder, o comentário passou e não percebi. Vou dar uma pesquisa e quem sabe entra na próxima parte da série.

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  2. É mesmo possível replicar uma torre de sinal em casa?

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    1. Pelo que eu sei até dá, só que aparelhos assim precisam ser MUITO precisos pra funcionar corretamente. Então daria pra fazer, mas dificilmente ia funcionar direito.

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