Agência de Detetives Armados - Personagens de Bungo Stray Dogs

 Eu fiz a primeira lista de personagens de Bungo Stray Dogs focando nos membros da Guilda, afinal eles eram baseados em escritores mais famosos para nós aqui no ocidente. Agora sim resolvi fazer uma parte só com os protagonistas e a agência principal, que, como vocês verão, são baseados em escritores renomados do Japão!

São eles:

Yukichi Fukuzawa

Yukichi Fukuzawa (1834-1901) foi um escritor bastante ativo em dois períodos importantes da história do Japão: o último xogunato e o período Meiji, quando o Japão se abriu para o mundo e começou uma modernização nunca antes vista. E Yukichi, como o maior especialista em cultura e idiomas do ocidente, foi essencial nesses períodos, por isso é tido como o teórico político mais importante do período Meiji e pai do Japão moderno. Foi o fundador da Universidade Keio, que existe até hoje.

No mangá ele é o presidente da Agência dos Detetives Armados, tem o comportamento sério e crítico de um líder e se importa muito com todos os membros e a reputação da agência. O seu poder o permite nivelar as habilidades de outros membros da agência.

Atsushi Nakajima

Atsushi Nakajima (1909-1942) cresceu em uma família que se mudava muito por conta do trabalho de seu pai, ele chegou a morar até na Coreia e na China, por isso tinha dificuldade em manter amizades na infância. Essas viagens, ao menos, lhe inspiraram em seus textos futuros, seu principal trabalho é baseado na cultura chinesa.

O mangá adiciona em seu passado que ele cresceu em um orfanato onde sofreu diversos e terríveis tipos de abuso, desde isolamento até tortura física, o que culminou em uma personalidade retraída e com baixa autoestima, ele constantemente tem pesadelos e lembranças aterrorizantes. A sua habilidade o permite transformar-se em um tigre branco.

Osamu Dazai

Shuuji Tsushima (1909-1948) foi um autor que ficou bem conhecido pelas suas watakushi shosetsu (ou I-novels), que são histórias em primeira pessoa em que o autor coloca muitos elementos de sua própria vida em estilo quase autobiográfico. Suas histórias eram bem pessimistas e ele era bastante obcecado por suicídio tanto nos textos quanto na vida real (ele tentou várias vezes antes de conseguir, de fato, pôr fim à própria vida).

No mangá ele é conhecido apenas pelo pseudônimo do autor real, Osamu Dazai, e seu lado pessimista é transformado em uma aparência e personalidade bem sombrias, enigmáticas e envoltas em segredo, só que esconde outros traços de personalidade por baixo disso tudo. Sabe-se que foi um líder da máfia, conhecido por ter chegado a esse posto ainda bem jovem. Também mantém tendências suicidas.

Doppo Kunikida

Tetsuo Kunikida (1871-1908) sempre teve interesse na cultura ocidental, aos 20 anos ele foi expulso da escola onde dava aulas depois de questionar a administração sobre democracia. Também se batizou e converteu ao cristianismo. Foi um dos fundadores do naturalismo japonês, movimento literário que deixava de lado a romantização dos temas para abordá-los de um jeito mais realista, materialista e com base na ciência.

Em BSD o personagem usa o nome que Tetsuo adotaria mais adiante em sua carreira, Doppo. Ele é obcecado com planejamento e acredita que precisa registrar todo tipo de informação, por isso ele nunca é visto sem o seu caderno de anotações. Além disso, esse caderno é fonte de seu poder, que o permite transformar em realidade objetos que ele desenha.

Ranpo Edogawa

Tarou Hirai (1894-1965) foi um autor que adorava os livros de mistério do ocidente, em especial Arthur Conan Doyle (escritor do Sherlock) e Edgar Allan Poe, de quem Tarou tirou seu pseudônimo: Edogawa Ranpo (lembrando em japonês o nome de família vem primeiro). Graças à essas influências, ele foi um dos pioneiros no gênero de mistério no Japão, criou até o seu próprio detetive chamado Kogoro Akechi.

Em BSD, Ranpo é o único membro da Agência que não possui uma habilidade, ele se garante na sua inteligência avançada que usa para fazer deduções precisas em busca da solução. Já resolveu inúmeros casos assim e é considerado por muitos o maior detetive do mundo. Graças a isso é um pouco esnobe, despreza casos que considera muito fáceis e às vezes acaba se gabando demais.

Jun'ichirō Tanizaki

Jun'ichirō Tanizaki (1886-1965) foi um dos maiores autores do Japão, chegou a ser indicado ao Nobel de Literatura e ganhou vários outros prêmios que o fizeram ser considerado o maior autor contemporâneo na época do pós-guerra. Ele escreveu sobre vários tópicos diferentes, desde dramas familiares até histórias de erotismo com sadomasoquismo, 

No mangá o personagem aparece como mediano e razoável, do tipo que não tem qualquer característica que o realce entre os demais membros da agência. Até ele próprio acha que suas habilidades de detetive e seu poder são medíocres e pouco úteis. Ele possui uma irmã chamada Naomi, que foi baseada em uma das personagens do autor real.

Akiko Yosano

Shou Hou (1878-1942), mais conhecida pelo pseudônimo de Akiko Yosano, escrevia desde quando era criança e já na escola tinha seus poemas publicados em uma revista. Tornou-se uma das maiores poetisas da história do Japão com seus escritos a transformaram em ícones do feminismo e pacifismo.

No mangá ela age como a médica da Agência graças ao seu poder, porém a situação é complicada: ela é capaz de curar qualquer ferimento, desde que seja mortal. Então ela trata seus pacientes machucando-os mais ainda até um ponto em que seu poder faça efeito, por isso é temida entre os demais membros por essa personalidade mórbida. Assim como a autora, mantém sua postura feminista.

Kenji Miyazawa

Kenji Miyazawa (1896-1933) foi um escritor de obras infantis que prezava bastante por uma vida harmoniosa com a natureza, tanto que era professor de ciência agrícolas e vegetariano. Seus trabalhos são famosos até em dias atuais, inclusive já viraram até anime.

O mangá traz essas características de Kenji para formar um personagem de visual bastante rural, com seu macacão, chapéu de palha e pés descalços. É uma pessoa bastante feliz e otimista. A sua habilidade aumenta sua força física para um nível sobrehumano.

Kyōka Izumi

Kyotaro Izumi (1873-1939), mais conhecido pelo pseudônimo Kyōka Izumi, escreveu desde contos até peças de teatro kabuki e costumava adicionar vários elementos sobrenaturais como demônios e dragões para fazer críticos ao comportamento humano com relação à natureza.

A maior mudança que percebemos de cara é que no mangá Kyōka é do sexo feminino. É a pessoa mais nova na Agência, com apenas 14 anos, e mesmo com essa idade já tem um passado como assassina na máfia, que a acolheu após ficar órfã. Ela não demonstra emoções, somente quando entra em contato com doces.

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Em breve vou trazer uma postagem com todos os poderes explicados, incluindo sua origem literária, assim como fiz com as habilidades dos membros da Guilda!

Até a próxima postagem!