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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Resumo e opiniões sobre o novo one shot Death Note

O novo one shot com uma história completamente original no mundo de Death Note acabou de sair e já pode ser lido de graça no site da Shueisha. Provavelmente já deve ter muitos sites traduzindo também.


Eu vou resumir a história e intercalar com comentários e minhas opiniões. Então, a partir de agora o texto contém spoilers do novo capítulo.

O novo protagonista da história se chama Minoru Tanaka, um jovem que todos acreditam ser um gênio e o estudante mais inteligente do Japão graças às suas notas altas em testes de QI. Na verdade, Minoru vai muito mal nas matérias, ele apenas é viciado em fazer testes e por isso se especializou neles.
Graças a essa fama Ryuk, que está novamente entediado e sedento por maçãs, o procura e lhe oferece o Death Note. Depois de explicar tudo sobre como o Kira usou o caderno, Ryuk faz a proposta para Minoru se tornar o novo dono. O jovem pensa bastante e diz para o shinigami voltar dali a dois anos e refazer a proposta.


Aqui quero puxar um ponto interessante: tivemos um vislumbre do que o Kira se tornou. Antes de ler o capítulo eu acreditava que esse seria o foco, mostrar como o mundo via o Kira agora. Minoru diz que ele é estudado nas aulas de ética e de história mundial, sendo colocado como uma das grandes figuras históricas. Era de se esperar algo assim para alguém que surgiu com poderes sobrenaturais e abalou o mundo por um bom tempo.

Dois anos se passam e Ryuk aparece para Minoru novamente. O garoto então coloca seu plano em prática. Ele faz com que Ryuk vá até uma emissora de televisão e estenda na frente da câmera um papel anunciando que alguém está vendendo o poder de matar do Kira. Como ninguém pode ver o shinigami, com exceção dos que tocaram no caderno, a situação parece ainda mais estranha. Porém ainda existem agentes que podem ver Ryuk, como Matsua e Near (que agora é o novo L) e eles começam a agir.

As ofertas pelo poder do Kira se tornam muito altas, então logo nações começam a entrar no leilão ofertando preços exorbitantes. No fim, o governo americano compra o caderno por 10 TRILHÕES de dólares (isso dá quase metade do PIB anual do país e, na moeda local, dá 1 QUADRILHÃO DE YENS!!!). L e sua equipe não conseguem pensar em uma forma de impedir a transação ou capturar o vendedor (que eles chamam de A-Kira) de sacar o dinheiro, então desistem.

Near, que agora é o L, nunca me chamou muito a atenção na série original. Agora não foi diferente e ele até caiu no meu conceito por ter desistido tão rápido. Eu tenho certeza que isso foi feito porque não poderia haver uma nova corrida de gato e rato já que se trata de um one shot curto e não uma nova série. Mas sei lá, ele poderia ter se esforçado um pouco mais para deixar mais verídico.

Mas um ponto positivo aqui foi a coragem de trazer a história para o mundo real, apresentando personalidades conhecidas como Donald Trump e Xi Jinping (presidente da China) sem medo de representá-los fielmente e até de mostrar quais suas reações nesse cenário de crise. A China diz que usaria o poder para o bem, já os Estados Unidos diz que não o usaria, o que seria uma forma de manter a paz. Foi legal trazer essas jogadas dos pronunciamentos políticos.

Com a venda feita, fica a expectativa de como o vendedor irá obter seu pagamento. Então Minoru faz Ryuk ir novamente à TV e dar outra mensagem. O pagamento deveria ser feito através de transferências com valores igualmente repartidos para todas as contas poupança do banco Yotsuba do Japão, mas somente para as pessoas com menos de 60 anos. Apesar de parecer muito específico, muita gente é beneficiada (incluindo Minoru, é claro). Cada um recebeu cerca de 1 bilhão de yens, o suficiente para uma vida inteira de luxos. Inicialmente isso gerou caos, pois todos queriam abrir uma conta e conseguir o dinheiro, só que com o passar do tempo a economia japonesa cresceu como nunca. Por incrível que pareça, Kira começou a ser considerado um deus benevolente.

Eu gostei bastante da forma como Minoru fez para ganhar o dinheiro. Como seria impossível ficar com tudo para si sem levantar suspeitas ele dividiu, fazendo mais pessoas felizes, e ainda ficando com uma quantia mais que o suficiente para si.
O mais surpreendente é como sua ação mudou a perspectiva sobre como o mundo via o Kira. No começo do one shot ele cita que o Kira era visto nos livros de história como uma pessoa má, um verdadeiro vilão. E, de repente, tudo isso mudou. É uma forma de abrir uma discussão sobre como as pessoas enxergam figuras controversas. Para aqueles que não são afetados (e ainda saem ganhando), será que alguém que faz o mau pode ser reverenciado? Com certeza isso aconteceu e ainda acontece. Quantos alemães ficaram felizes ao ver suas economias voltando ao normal com Hitler no poder, mesmo sabendo das atrocidades que eram reveladas sobre ele? Esse exemplo que dei é extremo, mas podemos pensar em vários outros ainda mais próximos da nossa realidade.

Enfim, vamos terminar. Ryuk é chamado pelo Rei dos Shinigami para tomar uma bronca por ter deixado um Death Note ser vendido no mundo dos mortais. Ele é obrigado a adicionar uma nova regra: se o Death Note for vendido, tanto o comprador quanto o vendedor devem morrer. O shinigami revela essa regra quando entrega o caderno nas mãos do presidente americano Donald Trump, o comprador.
Trump pensa e resolve não aceitar o caderno, dessa forma ele não seria um comprador (apenas teria dado todo aquele dinheiro em troca de nada). Porém o presidente diz que continuará dizendo a mundo que tem o poder do Kira, uma forma de se manter temido. Ryuk acha justo e vai embora levando o caderno.
No fim, Ryuk mata Minoru escrevendo seu nome abaixo de onde escrevera o de Raito Yagami. Ele lamenta que todos os usuários do Death Note tenham uma vida tão curta.

Quando anunciaram esse one shot eu fiquei com medo de ser só mais uma história que ninguém pediu que não faria diferença. Ainda bem que foi o contrário. Notamos claramente que o mundo da série mudou completamente, não só porque agora alguém diz ter o poder de matar quem quiser e de o Japão ser um país onde a maioria da população é bilionária. Estou falando de como a sociedade enxerga o Kira, que é o que mais tem potencial para alimentar histórias no futuro.

Então é isso, fico feliz com o one shot, gostei bastante da história e ainda bem que não foi o que eu achei que seria!

Até a próxima postagem!

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