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terça-feira, 30 de março de 2021

E aquele papo de destino? - Eu odeio o fim de Naruto, parte 1

Existe uma coisa que eu sempre achei fantástica em Naruto: o protagonista vencia por suas próprias qualidades. Em shonen é muito comum termos protagonistas com o arquétipo de "The Chosen One" ("O Escolhido", como fica nas traduções), que é aquele personagem destinado a ser especial. Eu não tenho problema com esse arquétipo (é só ver as obras de qual sou fã, a maioria o possui), a questão é que quando alguma obra sai desse clichê ela ganha um destaque automaticamente. Naruto parecia uma dessas. Parecia.


Inicialmente somos apresentados ao Naruto como um garoto sem qualquer habilidade, mas com um sonho e muita determinação para atingi-lo. Logo no primeiro capítulo vemos o nível de esforço que ele emprega para aprender um único jutsu e, apesar de ter a justificativa de que ele possui mais chakra que o normal (o que já o torna quase único), ainda engolimos a sua ideia do esforço. Depois ele ainda foca toda as suas habilidades futuras nesse jutsu (o clone das sombras), que se torna seu trunfo. Era alguém que fazia muito tendo pouco. Isso diferenciava ele do Sasuke, um prodígio de um clã superpoderoso que já nasceu com Sharingan e desde pequeno teve o privilégio de receber um treinamento especializado.

E os primeiros arcos dão continuidade a esse empenho do Naruto: ele escala a árvore usando chakra não porque é o escolhido, mas porque se esforçou e treinou bastante, gerando um dos melhores momentos que é a cooperação dele com o Sasuke. Inclusive, não é só o esforço que movia o Naruto para frente. Os seus amigos o tornavam muito melhor e mais forte.

Quando chega o arco do Torneio Chuunin temos a luta do Naruto com o Neji. O Neji passa o tempo todo falando de destino, sobre como há algumas pessoas predeterminadas a coisas grandes e outras que estão destinadas a ser um fracasso. A luta termina com Naruto derrotando Neji e ensinando a ele que não existe isso de destino, que ser bem sucedido ou um fracasso é tudo uma questão do que a pessoa faz na sua vida. Uma lição tão linda quanto o soco que Naruto dá no Neji nessa cena.


 

Enfim, somos agraciados com vários momentos mostrando que Naruto era justamente essa pessoa com determinação para criar o próprio destino e se tornar alguém grandioso no futuro, um Hokage, por conta própria e, é claro, com auxílio dos amigos. Você pode estar se perguntando se ele já não era especial por conta da Nove Caudas no seu corpo, mas pense como, na maioria das vezes, ela era mais um empecilho do que de ajuda. Naruto teve que vencer o preconceito que as pessoas tinham dele ao vê-lo como o próprio demônio para conquistar o que queria. Quando liberava seu poder, precisava, na verdade, era se conter para impedir que ela machucasse as pessoas.

Lembram-se como foi interessante ver o Naruto descobrir que poderia usar os clones para aprender mais rápido? O treinamento para descobrir como controlar o elemento do vento (e juntá-lo ao Rasengan) é uma das minhas partes favoritas por isso, é algo tão bem construído que você comemora por ver uma folha cortada! Aliás, podemos até ir antes disso, quando ele tenta aprender o próprio Rasengan! Não é poder bruto tirado do nada, é estratégia, isso mostra que o personagem evoluiu não só na capacidade de dar porrada, mas que ele está APRENDENDO de verdade. Isso sim é desenvolvimento de personagem.


Com o passar do tempo vamos recebendo algumas informações adicionais sobre o Naruto. Que ele era filho do Quarto Hokage (isso já era indicado antes, mas a confirmação veio lá no arco do Pain), que o Clã Uzumaki não era qualquer clã e sim um muito conhecido pela grande quantidade de chakra que seus membros tinham e pela capacidade com jutsus de selo. Ou seja, o Naruto não era exatamente alguém vindo do nada: sua família era poderosíssima! E não só em poder físico, como também em poder político e social. Aqui entram contradições, como por exemplo o estilo de vida ao qual as pessoas que sabiam do parentesco de Naruto o deixaram ser submetido (Terceiro Hokage, essa é pra você!), só que não quero entrar nisso agora.

Ainda no arco do Pain é revelado que Naruto é a "criança da profecia", ou seja, por se tratar de uma profecia, ele estava destinado a algo. Sabe o papo de destino com o Neji? Toda a lição do Naruto? Pode jogar fora, porque ninguém no anime inteiro foi uma prova melhor de que tudo já está escrito do que o próprio Naruto.

E calma que não para por aí. Depois ainda é revelado que Naruto é a reencarnação de Ashura, um dos filhos do Eremita dos Seis Caminhos! Ou seja, o tempo todo ele esteve destinado a coisas grandes! Sabe o esforço dele? Foi um mero joguete.

Isso me incomoda profundamente por vários motivos. Um deles é que desvaloriza completamente os que se esforçaram de verdade. Veja o Rock Lee, que no Torneio Chuunin dá uma lição de verdade mostrando como o trabalho duro compensa ao derrotar Sasuke rapidamente. Depois ele ainda dá um show contra Gaara. E sabe o que acontece com ele depois? É ultrapassado drasticamente pelos privilegiados do poder herdado, ou você acha que ele era mais forte que Naruto, Sasuke, Neji, etc.? E eu não vou nem falar na Tenten, outra que era sempre vista treinando e sabemos bem no que deu.

Pois bem, o grande ponto aqui é que essa quebra de discurso é frustrante, o leitor se sente enganado porque éramos levados por um caminho e, sem aviso prévio, somos jogados em outro completamente diferente.

Eu imagino que a motivação para essas mudanças é a falta de planejamento de Kishimoto sobre os rumos de sua própria obra. Os vilões iam se sobrepondo uns aos outros toda hora, uma ora era Akatsuki, depois veio Obito, depois Madara, Zetsu e por fim Kaguya. O autor fez isso para continuar a obra, porém um herói jamais conseguiria se equiparar a semideuses se continuasse apenas com trabalho duro e esforço próprio! E não me venha querer falar do Gai, porque sim, foi impressionante ele abrindo todos os portões e aquilo foi uma boa demonstração de esforço, porém foi muito mal usado no roteiro, soou extremamente artificial e ainda por cima não teve a consequência que foi previamente estabelecida (que seria a morte do Gai).


Bom, eu pretendo falar sobre essas escalas de poder em outra postagem. O que fica para essa é uma das minhas decepções e, assim, uma das justificativas para eu odiar o final de Naruto. Essa mudança no que vinha sendo apresentado antes tira parte do que tornava o personagem mais interessante e, pior ainda, desmerece tudo que ele fez no começo, torna ele um hipócrita por discursar sobre montar o seu próprio destino quando ele próprio era a noção de destino encarnada.

Acho que já escrevi demais por hoje. Mais para frente vou comentar sobre outros aspectos, como a bagunça nos poderes e também outras mudanças de discurso sem sentido (como o Nagato que fez uma guerra porque odiava guerras), até lá comentem o que acharam, me digam se vocês concordam comigo ou no que discordam! Afinal esse tipo de postagem é para gerar debate.

Até a próxima postagem!


sábado, 27 de março de 2021

Demônios vs Diabos: Os Corruptores em Dungeons and Dragons



Estava prestes a fazer uma lista sobre os corruptores mais poderosos na quinta edição de Dungeons and Dragons até perceber que teria muito conteúdo e que poderia ficar muito confuso para uma coisa só, então resolvi preparar uma postagem de introdução porque esse grupo de monstros é muito amplo e complexo.

A primeira coisa que eu quero comentar é que existem diferentes tipos de corruptores, que são nativos de lugares diferentes dos planos e incorporam características conflitantes, por esse motivo vale explicar cada um separadamente.

Os Demônios são nativos do Abismo, um plano extremamente perigoso e bagunçado. São caóticos e maus, isso significa que eles não possuem uma organização natural, funcionam apenas como destruidores imparáveis e personificações do caos. A única coisa que eles respeitam é o poder, então só seguirão os mais fortes em combate e só podem ser controlados por meio de força bruta, agindo sem estratégia ou hierarquia. Podem não ser tão inteligentes quanto os diabos, mas são astutos e traiçoeiros.

Os seres supremos entre eles são os Lordes Demônios, criaturas com poder absurdamente grande que governam sobre os lacaios com tirania e agressividade. Esses lordes ainda brigam entre si, pois cada um quer ter domínio absoluto sobre o Abismo.

As aparências dos demônios remetem muito mais a selvageria e primitividade. Alguns exemplos de demônios são os goristros, barlguras e os hezrou.

Um balor, um dos tipos mais poderosos de demônio

Os Diabos são nativos dos Nove Infernos. Eles são leais e maus, ou seja, malignos por natureza, porém seguem uma disciplina, que é a hierarquia entre todos desse tipo. Isso torna os diabos muito mais organizados que os demônios, especialistas em táticas e estratégias de guerra e que se movem nos outros mundos com muito mais cuidado. Preferem realizar pactos com outros seres para corrompê-los, então (normalmente) quando você vê um personagem que fez um pacto maligno ele foi feito com um diabo.

Ao contrário do anárquico Abismo, os Nove Infernos são muito bem organizados e possuem uma hierarquia bem definida. Então os diabos a obedecem cegamente, mesmo que alguns não concordem. Acima de todos existem os arquidiabos (duques e arquiduques dos infernos), depois vêm os diabos maiores, depois os diabos menores e, por fim, os lemures, que são os minions mais comuns e fracos.

Futuramente vou fazer uma postagem sobre os Nove Infernos descrevendo cada um direitinho, por enquanto vale dizer que alguns dos arquiduques são os mais poderosos diabos, como Zariel, Asmodeus, Baalzabu e Mephsitopheles. Alguns exemplos de diabos maiores e menores são: os diabos dos ossos, diabos das correntes e diabos barbados. 
 
Um diabo barbado

 
Demônios e diabos estão há incontáveis anos na chamada Guerra de Sangue, um conflito entre planos que parece interminável. Uma das maneiras de obter poder para a guerra é coletando almas de mortais, por isso corromper criaturas vivas é tão importante para ambos os lados.


E existem os Yugoloths, que são neutros e maus, aparecendo como uma força intermediária entre demônios e diabos. Eles não possuem um lar próprio nem ideais, por isso não se agrupam, nem formam alianças, apenas agem como mercenários lutando individualmente por qualquer um dos lados motivados apenas por interesse próprio. Entre os yugoloths há diversas subdivisões, cada uma mais bizarra que as outras. Uma grande maioria é selvagem, porém há os mais cultos, como os arcanaloths, que são guardiões de conhecimento.

Um mezzoloth, espécie de yugoloth.

Por fim temos os corruptores que não se encaixam nas classificações anteriores. Nem preciso dizer que há as mais variadas criaturas aqui, alguns animalescos como os pesadelos e os cães infernais, e os humanoides, como os cambions, os súcubos e incubos.

Uma cambion, corruptor sem classificação.

É isso, nas próximas postagens vou rankear todos os três tipos (e os sem classificação também) do mais fraco ao mais forte. Por quem devo começar?

Até a próxima postagem!

terça-feira, 23 de março de 2021

Lista de Armas e Objetos Amaldiçoados de Jujutsu Kaisen


As Jugu (ou ferramentas amaldiçoadas) são instrumentos com energia amaldiçoada infundida e que que funcionam por conta própria com essa energia, por isso até mesmo pessoas normais podem usá-las e liberar o seu poder. Inclusive, são preferidas por pessoas que não conseguem controlar maldições, embora existam muitos que as usam para completar as habilidades que já possuem. Também existem ferramentas que são imbuídas com técnicas amaldiçoadas, não só a energia.


Vamos conhecer algumas agora.

A primeira ferramenta amaldiçoada que conhecemos é uma arma chamada de Abatedora de Demônios, uma faca bem grande capaz de cortar espíritos e afetá-los diretamente como um exorcismo. Ela foi dada a Yuji, já que ele não sabia usar outras técnicas e não podia liberar o poder do Sukuna.


Megumi tem uma espada que, seguindo sua temática de maldições com sombras, possui uma lâmina negra com alto poder cortante, muito maior que a de uma espada normal (e até maior que outras espadas amaldiçoadas).


Como Maki Zenin baseia seu estilo de combate em armas ela é sempre vista com vários tipos, alguma (normalmente as de treino) são armas comuns, deixando as ferramentas para o combate pra valer.

As favoritas dela são as naginatas: bastões compridos com uma lâmina na ponta, sendo essa lâmina mais larga do que a de uma lança comum, por isso elas são ótimas para cortar também (e não só espetar). Ela já foi vista usando uma naginata de lâmina dourada em seu primeiro ano e, mais recentemente, uma de lâmina escurecida pela maldição que possuía.

E então vem um item muito único: a Yu-un, ou Nuvem Lúdica, é listada como uma exceção entre os objetos amaldiçoados (uma ju-gu de grau especial), pois não se trata de uma arma imbuída de energia amaldiçoada. O poder dela depende da quantidade de poder que o usuário possui. Ah, sobre o formato, é um bastão segmentado em três partes que estão unidas por anéis.

 
Em um dos databooks é revelado que os óculos de Maki também são uma jugu, com a função de torná-la capaz de enxergar maldições e efeitos de feitiços, pois ela não pode fazer isso naturalmente.


Podemos voltar a falar de outros personagens.

Kento Nanami possui uma espada curta (com lâmina quase do mesmo tamanho que a empunhadura). A lâmina é coberta por faixas com pintas pretas, no mesmo estilo que a gravata de Kento, e como ele enrola essa gravata na mão para lutar também podemos ter certeza que as pintas têm algo a ver com a maldição inata que ele usa em combate.


Toji Fushiguro é outro que baseia o seu combate no uso de armas amaldiçoadas. Ele carrega um espírito nos seus ombros e esse espírito funciona como uma bolsa mágica, guardando seus itens dentro da boca e assim Toji consegue sacar os mais diversos tipos de arma. São espadas, lanças, correntes e até mesmo pistolas, mas vamos nos ater aqui às que sabemos serem amaldiçoadas.

Uma de suas principais armas é uma espada imensa e larga que, graças à sua força absurda, é extremamente cortante e destrutiva.


E ele tem uma arma especial, a Ama no Sakahoko (traduzido como Lança Invertida Celeste) que possui a maldição de anular absolutamente qualquer maldição do alvo que for atingido. Para melhorar o alcance, Toji amarrou seu cabo em uma corrente.


Uma outra arma não usual é a de Mei Mei, um machado de batalha imenso com muita energia amaldiçoada dentro.


O personagem Miguel possui uma jugu que é chamada de Corda Negra, uma corda que é capaz de cancelar quaisquer outros efeitos de feitiços daquele que estiver amarrado (na verdade, só de entrar em contato com a corda já é o suficiente).


Agora vou listar alguns jubutsu (ou objetos amaldiçoados), que são diferentes das jugu porque não são objetos com maldições imbuídas. Eles são, na verdade, maldições no formato de objetos, como vocês poderão ver na descrição de cada um.

Os talismãs são papéis com textos especiais escritos que o tornam capazes de conter energia amaldiçoada. Por isso eles são usados para enrolar em volta de itens amaldiçoados e assim qualquer efeito que o objeto possa emanar é contido enquanto o selo estiver bem fechado.


Uma das maiores ameaças aos xamãs são os jutai (ou ventres amaldiçoados), objetos amaldiçoados que servem como um ovo para gerar novas maldições. Ainda na forma de uma bola com uma criatura dentro é possível identificar se a maldição que irá nascer é de classe especial, pois o ventre apresenta algumas características únicas, como mudar de forma e crescer mais que o esperado.

Normalmente os ventres são identificados por pessoas autorizadas pelas escolas de magia a identificar objetos mágicos. Quando a classe da maldição que deve nascer é identificada os xamãs com nível correspondente são enviados para evitar que a metamorfose aconteça e a criatura surja.

Existem ainda os jutai kusozu (ventres da morte), que fazem o mesmo que os ventres amaldiçoados comuns, porém geram híbridos de humanos e maldições, dezenas de vezes mais poderosos que maldições comuns. É dito que eles começaram a ser estudados e produzidos a partir de experimentos do antigo xamã Noritoshi Kamo, que fez vários testes com uma mulher que ele descobriu ter sido capaz de gerar um filho com uma maldição, o primeiro caso de hibridismo desse tipo registrado.

As cortinas (também chamadas pelo nome original de tobari) são muito úteis para os xamãs porque se tratam de barreiras que impedem as pessoas normais de presenciarem eventos com maldições quando eles entrarão em ação (entre outras funções, mas em suma é isso). É possível criar uma cortina com técnica, mas para acelerar o processo, economizar energia ou simplesmente permitir que quem não tem essa habilidade crie uma é que existe um objeto amaldiçoado normalmente na forma de uma estaca coberta de talismãs. Após fincar essa estaca e dizer alguns encantamentos a cortina começa a ser criada.

Um gokumon kyou é descrito como uma barreira viva feita a partir dos restos de um monge budista genshin. Também é dito que pode selar absolutamente qualquer coisa. Ele vem na forma de um cubo que, quando ativado, se abre em quatro partes unidas por uma massa de carne com um olho gigante. O ser que vai ser selado precisa ficar nas proximidades do cubo por cerca de um minuto e então o cubo se fecha, prendendo a pessoa. São bem raros e considerados tabus, provavelmente pelo método para se criar um (como os restos de uma pessoa).




Por fim, os itens que movem a história: os dedos de Sukuna. No auge do jujutsu há mil anos, Sukuna era o demônio mais poderoso que já existiu (e com certeza é o mais forte até hoje), com um corpo poderoso demais para ser destruído, então seus 20 dedos continuaram existindo. Cada dedo é formado por um fragmento do poder de Sukuna, por isso alguns o buscam como fonte de maldição e outros o procuram para destrui-los de uma vez por todas.


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Até a próxima postagem!

sábado, 20 de março de 2021

O que é canône e o que não é em Dragon Ball

 Para quem não sabe, cânone é o nome dado ao que é oficial no histórico de uma franquia. Então eventos, personagens, séries e tudo mais que é oficializado é chamado de canônico.

Com Dragon Ball muita gente fica confusa, porque o cânone é um tanto bagunçado mesmo, já que a história foi mexida de um lado para o outro por mais de 30 anos. Por isso criei esse breve guia explicando o que é e o que não é oficial!

Vamos começar com o que é canônico. Todos eles tiveram influência direta do criador, Akira Toriyama, por isso possuem total consentimento para pertencerem ao universo oficial da franquia.
Abaixo de cada tópico eu coloquei o que o material adiciona ao cânone.

O CÂNONE

Dragon Ball, o mangá original
Como acontece na maioria das franquias, o material original é o cânone supremo. Tudo que está no mangá original de Dragon Ball é oficial e indiscutível. Ele foi publicado de 1984 a 1995, escrito e desenhado por Akira Toriyama, tornando-se então a expressão do que o autor queria nos passar. E não tem as divisões que encontramos nos animes, indo desde quando Goku cai na Terra até o arco do Majin Boo. Como vou passar por tudo isso nas próximas explicações, então não vou expandir muito esse tópico.
 

 
Dragon Ball, o anime
O primeiro anime de Dragon Ball, lançado de 1986 até 1989, adapta o mangá do capítulo 1 ao capítulo 194, praticamente sem alterações. Como esse anime passou por dois estúdios japoneses, a divisão entre sagas é diferente. Na Toei Animation foram quatro sagas e na Funimation, sete. Mas, basicamente, esse anime cobre as seguintes sagas do mangá:
  • Saga do Imperador Pilaf
  • Saga do 21º Torneio de Artes Marciais
  • Saga da Red Ribbon
  • Saga da Vovó Uranai
  • Saga do Tenshinhan
  • Saga do Piccolo Daimaoh
  • Saga do Piccolo Jr.

Até aqui a história é bem simples. Temos um Goku ainda criança que sai pelo mundo procurando pelas esferas do dragão, derrotando inimigos e participando de torneios de artes marciais. A história envolve muito mais monstros, seres mitológicos e lutadores humanos. O protagonismo de Goku é bem dividido principalmente entre Bulma e Yamcha, algo que vai mudar bastante mais para frente.

Dragon Ball Z
A continuação do primeiro anime traz a adaptação das sagas restantes do mangá. Eu acredito que essa divisão faz bastante sentido, porque além de termos um salto temporal para um Goku adulto, é a partir da Saga do Piccolo Jr. que o enredo muda drasticamente. As aventuras na Terra e os torneios de artes marciais dão lugar a tramas bem mais amplas, repletas de alienígenas (o próprio Goku é revelado como alienígena aqui), androides e entidades mágicas, mostrando que o universo é bem maior e perigoso. Aquela trama básica de procurar pelas esferas do dragão é quase que deixada de lado, tornando-se apenas uma história de fundo em alguns casos.

Como citado, o protagonismo muda bastante aqui. Goku cresce muito mais que os outros personagens, com Bulma, Yamcha, Tenshinhan e companhia tornando-se quase personagens terciários (eles ficam fora de arcos inteiros até!) assim que novos personagens mais poderosos (e alguns, podemos dizer, mais interessantes) são introduzidos, como Piccolo, Vegeta e, é claro, Gohan, que teria muito destaque em DBZ.

As sagas são as seguintes:

  • Saga dos Saiyajins
  • Saga do Freeza
  • Saga dos Androides
  • Saga do Cell
  • Saga do Majin Boo

A forma mais poderosa de saiyajin que existiu até aqui é o Super Saiyajin 3, e o personagem mais poderoso é o Vegetto, fusão de Goku e Vegeta, pois foi a forma final usada para derrotar o que é o inimigo mais poderoso até então, Majin Boo. Ou seja, essa é a conclusão de níveis de poder do mangá original também.


Dragon Ball Kai

Dragon Ball Kai foi, basicamente, uma remasterização do Dragon Ball Z, repassando os mesmos arcos só que agora com a trilha sonora, abertura e diálogos melhorados, além de melhora na qualidade de vídeo, tudo isso para comemorar os 20 anos da série. Como não muda o original em quesito de história pode ser considerado canônico também.


Dragon Ball Super, o anime
Dragon Ball Super foi a primeira série em anime original de DB em 18 anos (antes dele só o Dragon Ball GT), criada pelo próprio Akira Toriyama. Veio junto com uma nova leva de filmes que mudou completamente o estilo da série. Primeiro que a animação deu avanços inacreditáveis para melhor, depois há avanços também no roteiro, com o universo sendo expandido de maneira nunca vista antes. Enquanto a transição da série clássica para o DBZ mostra que existem outras planetas habitados, DB Super mostra que existem outros universos inteiros! Também introduz toda uma nova hierarquia de deuses e brinca com o conceito de mesmos personagens, só que de uma realidade alternativa.

As sagas são:

  • Saga do Deus da Destruição Beerus
  • Saga do Freeza Dourado
  • Saga do Universo 6
  • Saga do Trunks do Futuro
  • Saga do Torneio do Poder (ou Saga da Sobrevivência do Universo)

Uma coisa muito inteligente que o Super fez foi trazer para o universo canônico algumas coisas que os fãs tinham aprovado em histórias não canônicas, além de fazer o mesmo com conceitos. É como se ele estivesse esperado apenas ouvindo as críticas para depois vir com a solução de todos os problemas porque sabia exatamente o que os fãs queriam.

Algumas mudanças conceituais foram: as regras de viagem no tempo ficaram mais concisas, a história de alguns planetas, especialmente o Planeta Vegeta, foi melhor contada, estruturas de poder e hierarquias foram melhor definidas e por aí vai.

Personagens amados também foram canonizados com mudanças para torná-los como melhor, como aconteceu com Bardock, Gogeta, Broly, etc.


Dragon Ball Super, o mangá
Indo na contramão do que é comum, o mangá de Dragon Ball Super veio depois do anime. Ele se encaixa logo depois do mangá original, apesar de não ser escrito e desenhado (só supervisionado) por Toriyama, com esse trabalho indo para o mangaká Tayotaro.
A ideia do mangá é abordar só um pouco do que foi feito no anime, pois nós veremos muito mais eventos do que o anime mostrou, como você pode notar na lista de sagas já publicadas (na data desse post o mangá ainda está sendo lançado):

  • Saga do Deus da Destruição Beerus
  • Saga do Universo 6
  • Saga do Trunks do Futuro
  • Saga do Torneio do Poder
  • Saga do Prisioneiro da Patrulha Galáctica 
  • Saga de Granolah, o Sobrevivente (atualmente em lançamento)
 
Vale lembrar aqui que a Saga do Freeza Dourado e uma Saga do Broly (onde ocorreram os eventos do filme de 2018) são citadas como eventos existentes no mangá, porém foram completamente pulados na publicação. A explicação mais aceita é que, provavelmente, Toyotaro e sua equipe não quiseram refazer esses eventos no mangá, afinal eles já tinham desenhado versões ilustradas do filme antes. 

Como esse mangá traz os eventos mais novos dentro da cronologia da série, é daqui que podemos esperar os personagens mais poderosos ou versões mais poderosas de personagens já conhecidos!
 

Filmes

Somente dois filmes são considerados por Toriyama como continuação oficial de sua história, portanto canônicos: O Renascimento de Freeza e A Batalha dos Deuses, que oficializam pontos como a existência dos deuses da destruição e dos anjos, dos universos paralelos, o retorno do Freeza e por aí vai. Se você está se perguntando sobre Dragon Ball Super: Broly, saiba que até hoje não houve nenhum pronunciamento sobre ele ser canônico ou não. No entanto, o mangá de DB Super adicionou duas páginas entre sagas para dizer que os eventos do Broly aconteceram, então podemos considerá-lo canônico até que se diga o contrário. Foi canonizado de um jeito bem vagabundo? Foi. Pareceu apenas uma desculpa preguiçosa colocar essas duas páginas ao invés de inserir os eventos direitinho? Pareceu. Mas bem, fazer o quê, né?


MATERIAL NÃO -CANÔNICO

E a seguir teremos o material não-canônico. A maioria deles sequer passou pelas mãos de Akira Toriyama, por isso não são considerados oficiais e muitas vezes são desprezados nas séries seguintes. Alguns fãs também costumam desprezar completamente qualquer material não-canônico.

 
As situações, arcos e sagas fillers

Motivo de piada até hoje, os famosos "eternos cinco minutos" da explosão de Namekusei são efeito de fillers. A Toei Animation, que produzia o anime, precisava inserir episódios sem impacto direto na história para que a produção não ultrapassasse o lançamento do mangá, o que é bem normal na indústria. Mas ela também fazia outras mudanças para estender o anime, como adicionar golpes para prolongar as lutas ou estender algumas cenas. Justamente por isso a explosão de Namekusei demorou tanto para acontecer.
Algumas outras pequenas mudanças com relação ao anime está na morte de personagens figurantes, alguns diálogos e principalmente uma suavizada nas cenas violentas, já que o anime não podia ser tão sangrento quanto o mangá por conta do horário de exibição na TV.

Daria para fazer uma postagem inteira listando as pequenas inserções fillers (vocês querem algo assim? Eu poderia fazer), por isso vou levantar apenas os arcos inteiramente fillers. Como eu citei antes, o Dragon Ball original adaptou diretamente o mangá, então tem apenas três arcos fillers:

  • Arco do Treinamento Sozinho: um arco onde Goku viaja para treinar sozinho e acontece logo depois do Torneio da Vovó Uranai. Aqui Tenshinhan e Caos são inseridos antes do que acontece no mangá.
  • Arco do treinamento no céu: aqui vemos Goku treinar com o Sr. Popo e acontece logo depois do arco do Piccolo, então ainda está na transição entre o original e o Z.
  • Arco do vestido de casamento: esse arco existe para mostrar mais do relacionamento entre Goku e Chichi (algo que o mangá não faz) e aborda as vésperas do casamento entre os dois. Esse sim é o último arco geral do DB clássico.

Agora os fillers do Dragon Ball Z:

  • Saga do Garlic Jr.: continuação direta de um filme, então como nem o filme era canônico esse arco também não é.
  • Saga do Torneio do Outro Mundo: sendo não oficial implica que todos aqueles lutadores, como o Paikuhan, são fillers!
  • Arco do Grande Saiyaman: aqueles poucos episódios do Gohan e da Videl juntos.


Dragon Ball GT

Dragon Ball GT é um caso complicado. Ele é a continuação direta de Dragon Ball Z e teve pouquíssima participação de Toriyama na produção, mas nem mesmo ele fez questão de desprezar a obra. Tecnicamente falando, a existência do Super não contradiz o GT em momento algum, já que os períodos de tempo ficam meio confusos. Isso sendo bem técnico mesmo, porque todos nós sabemos que há diferenças de poderes, personagens e situações nunca citados, etc. Por isso o GT ser canônico ou não foi alvo de muitas discussões, até que um evento promocional chamado História de Dragon Ball foi exibido no Japão e ele não incluiu o GT, o que fez ele ser aceito como não-canônico desde então.

DBGT recebeu muitas críticas já na época de seu lançamento por trazer algumas mudanças bem incômodas, como trazer um Goku criança outra vez, inutilizar completamente o Gohan e tirar de foco personagens como Vegeta. Os vilões pouco interessantes também prejudicaram bastante.

Apesar de tantas críticas, muitos elementos do GT que os fãs gostaram foram canonizados mais tarde, como a Pan e o Gogeta.


Filmes

Absolutamente todos os filmes com exceção de O Renascimento de Freeza e A Batalha dos Deuses são não-canônicos. Isso totaliza dezoito filmes não oficiais e coloca na lista de personagens não-canônicos algumas figuras que muitos fãs amam, como Tapion, Bojack, Janemba, Hildegarn, Cooler, aquele primeiro Broly, o Gogeta absurdamente poderoso e outros.

Isso obviamente inclui (AINDA BEM) o filme live-action, que deve ser esquecido de nossas mentes.


Especiais animados

Dragon Ball Z possui cinco especiais animais, o GT tem mais um, e todos eles são não-canônicos. Um deles é o especial de crossover com One Piece e Toriko. Mas, mais importante, um deles é o especial do Bardock, onde somos apresentados ao pai de Goku. Toriyama gostou tanto desse personagem que ele foi canonizado mais tarde nos filme O Renascimento de Freeza.

Ah, e os três OVAs que existem também não são oficiais, o que já era de se esperar.


Jogos
Assim como os filmes, todos os jogos são não-canônicos, dessa vez sem exceção. Mesmo que Toriyama tenha participado diretamente da produção de vários deles, como o Dragon Ball Online, que muita gente considerou oficial durante um tempo. 

 


É isso, se ficou alguma dúvida podem usar os comentários para perguntar, eu realmente posso ter deixado alguma coisa passar.

Até a próxima postagem!

quinta-feira, 18 de março de 2021

Entidades Cósmicas - Personagens da Marvel Comics: Parte 100

 


Lista com algumas das principais entidades cósmicas da Marvel!
Ficaram faltando algumas que representam conceitos abstratos (Eternidades, Esquecimento, Morte, etc.) que ficarão para outra postagem.

Nessa postagem chegamos a impressionante MIL personagens da Marvel listados aqui no blog!



ONE ABOVE ALL

O One Above All é uma entidade complexa. Ele é referenciado diversas vezes, às vezes com esse nome, às vezes simplesmente como Deus e também como a entidade acima de todas as entidades. Com sua onisciência e onipotência completas, é o ser supremo em todos os multiversos e, muito provavelmente, o criador de todos eles, assim como criador de todas as formas de vida. Em suas poucas aparições com forma física já se mostrou como um nativo-americano, um humanoide de luz e até mesmo como um quadrinista idêntico a Jack Kirby capaz de mudar a realidade apenas desenhando o que queria.


FULCRUM

Fulcrum é o barman em um bar chamado O Vestíbulo, frequentado por entidades e o lugar para onde os eternos vão depois que morrem, por mais difícil que isso seja. Ele é o responsável por redirecionar a energia dos eternos falecidos, enviando-a para os celestiais ou para seus inimigos, a horda. Por ser visto em apenas uma ocasião não se sabe o que mais ele faz ou do que é capaz. É descrito como sendo onipotente e onisciente, o que leva muitos a acreditarem que ele é apenas um aspecto do One Above All, embora não haja indicações de que isso seja verdade. Aparentemente todos os celestiais, vigias e outras entidades superpoderosas o servem e trabalharam para ele.

TRIBUNAL VIVO

O Tribunal Vivo é o juiz de todo o multiverso, responsável por manter o equilíbrio entre eles. Então sempre age quando um universo está ganhando poder demais (mais precisamente quando um ser ou grupo está reunindo muito poder em um lugar só) ou quando o equilíbrio entre bem e mau é drasticamente alterado. Diferente de outras entidades, ele não tem versões de universos alternativos, o que o torna mais único ainda. Toma decisões com base em suas três personalidades, representada como três rostos: a equidade (o rosto que fala e interage com os outros), a necessidade (um rosto completamente coberto) e a vingança (parcialmente coberto) e ele só age quando as três concordam. É mais poderoso que todas as demais entidades (com exceção do One Above All) e é capaz de feitos incríveis como anular o poder das Joias do Infinito e destruir um universo inteiro.

MESTRE ORDEM

Mestre Ordem é a personificação da ordem e da uniformidade. Uma contraparte sua nasce sempre que um universo novo é formado, ou seja, ele já nasce no Big Bang e sempre junto com o Lorde Caos. Ele e o Lorde Caos são inseparáveis (e não porque querem) e são incapazes de existir caso um dos dois seja destruído. Mestre Ordem não possui uma personalidade muito plástica, tudo o que diz e como age é sempre um reflexo da sua necessidade de manter as coisas em ordem.

LORDE CAOS

Lorde Caos também nasce no Big Bang e é a personificação do caos e da desordem. Junto com o Mestre Ordem ele deve ajudar a manter o equilíbrio entre ordem e caos, afinal muito de um deles pode acabar destruindo todo o universo. Todos os seus atos são focados na destruição e na confusão, mesmo que isso pareça ruim, ainda é essencial para o balanço das coisas.

IN-BETWEENER

O In-Betweener foi criado por Mestre Ordem e Lorde Caos para ser o agente dos dois no universo. Ele representa todos os conceitos opostos que existem, como bem e mau, ordem e caos, vida e morte, existência e vazio, o que o leva a divagações ainda mais profundas, pois tecnicamente ele existe e não existe ao mesmo tempo, além de estar em todos os lugares e também em lugar nenhum.

EON

Eon é a entidade que representa o tempo. Ele vive no seu próprio universo paralelo, o Eonverso, e raramente sai dele. Ele escolhe alguns mortais para se tornarem os Protetores do Universo, entre alguns desses escolhidos já estiveram o Capitão Mar-Vell, o Quasar e Fóton (Genis-Vell). Cada protetor recebe os Braceletes Negativos (também chamados de Braceletes Quânticos), que são criações do próprio Eon.

ESTRANHO

O Estranho possui uma origem misteriosa. A versão que ele mesmo conta, e ele é a única fonte dessa informação, é que ele surgiu como a junção de toda a energia, força e inteligência do povo de um planeta inteiro que estava sendo ameaçado por um grupo de Eternos. A partir daí ele passou a viajar pela galáxia em busca de mais conhecimento e realizando experimentos. Ele é o criador de Ego, o Planeta Vivo, e já alegou envolvimento na evolução dos mutantes.

BEYONDER

O Beyonder é membro de uma raça conhecida como Beyonders, que possuem quase onipotência e conseguem criar realidades inteiras. O Beyonder é bem jovem e por isso esteve sujeito a muitos pensamentos distantes dos demais da sua raça. Por exemplo, ele costumava sequestrar heróis e vilões para vê-los lutando apenas para o seu divertimento. Possui um grande fascínio pela Terra e até já se disfarçou para viver entre humanos. Ainda que sempre tenha o poder de manipular a realidade como bem quiser, sua história foi recontada e seus poderes modificados algumas vezes, sendo que nas suas primeiras aparições ele era mais poderoso que o Tribunal Vivo, porém essa capacidade toda foi amenizada com o tempo.

UATU, O VIGIA

Uatu é parte de uma das raças mais antigas do universo, que se tornou tão sábia e avançada que não havia mais o que conquistar, então passaram a ajudar as raças menos evoluídas. Após uma de suas intervenções culminar na dizimação de um planeta inteiro eles decidiram nunca mais intervir diretamente, apenas observar e registrar. Desde então, Uatu sempre aparece onde e quando fatos grandiosos estão prestes a acontecer. Além de imortal, Uatu pode viajar no tempo, teleportar-se para qualquer lugar no universo e possui uma pequena capacidade de alterar realidades, principalmente focada nele mesmo (pode morrer quando quiser e, quando decidir que não quer mais estar morto, simplesmente volta à vida).


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Até a próxima postagem!