Vocês já viram aqui no blog que eu estou sempre buscando fundamento científico em coisas da ficção. Não que eu vá odiar ou criticar algo que não possua base na ciência de verdade, eu apenas acho divertido quando tem. Sei separar bem a diversão disso tudo.
Mas enfim, no meio disso sempre gosto de avaliar a possibilidade de alguns superpoderes na vida real e o que mais enfrenta problemas é o da intangibilidade, que é o que vou tratar nesse post. Intangibilidade é o poder de atravessar as coisas ou deixar seu corpo ser atravessado.
Como a Lince Negra dos X-Men ficava intangível, atravessava paredes, mas não simplesmente afundava no chão, afinal os pés dela são intangíveis também, não é?
Outro problema nesse poder é que, até onde a pessoa fica intangível? O ar nos pulmões dela ficam também? Porque, se não, então a pessoa não consegue respirar!
Por tudo isso fiquei fascinado quando finalmente vi um personagem teve esse poder colocado à prova com todos os problemas que a realidade oferecia. Mirio Togata e sua invididualidade Permeação já estrearam no mangá e, na data desta postagem, estão começando a aparecer no anime, então tome cuidado com spoilers.
A parte escura é a intangível e a clara é o que está sólido |
Gastando algumas páginas (mais precisamente do capítulo 124), Mirio Tagata explica muito bem as limitações do seu poder de intangibilidade. Para atravessar uma parede, por exemplo, ele precisa deixar intangível apenas as partes que irão entrar em contato com a parede durante o movimento, certificando-se de deixar as outras sólidas para se manter acima do solo. Veja na imagem ao lado um esquema para esse procedimento.
Quando ele ativa o poder por completo, ficando inteiro intangível, ele começa a cair e afundar no chão. Suas roupas até caem de seu corpo. Se ele estiver cercado por matéria e desativar a individualidade ele é instantaneamente "cuspido" para fora, com isso sendo explicado pelo velho princípio de que duas coisas não ocupam o mesmo lugar. Ou seja, ele pode afundar no chão, nadar alguns metros abaixo do solo e desativar a habilidade, sendo cuspido para fora em um lugar diferente. Isso pode ser feito rapidamente, por isso os estudantes acharam que ela era capaz de teleportar.
Esse poder vem cheio de fraquezas, que são os pontos ignorados nos outros quadrinhos. Com o corpo intangível é impossível o oxigênio se manter nos pulmões, então a pessoa não conseguiria respirar. Se a luz não consegue bater nos nossos olhos, não podemos enxergar. Isso vale para outros sentidos, já que o som não se choca com nossos ouvidos. No fim, a pessoa intangível não enxergar, não ouve, não sente e não respira. Isso acontece com Mirio, mas ele conseguiu aprimorar sua individualidade com muito trabalho duro. Os problemas do poder estão lá, mas o personagem conseguiu contorná-los, nem que para isso ele simplesmente segure a respiração e não use o poder por muito tempo seguido.
Mirio descreve que enquanto usa o poder ele sente como se estivesse caindo, afinal ele ainda existe, porém nenhum dos seus sentidos existe e ele se sente apenas como se estivesse caindo no vazio. Tente imaginar isso.
É por tudo isso que eu digo que essa individualidade resolveu um problemão dos quadrinhos, que era mostrar como utilizar bem esse poder de intangibilidade, apresentando todos os problemas dele e como superá-los. Boku no Hero já vinha nos dando várias lições sobre como deixar os poderes melhores ainda aplicando limitações inteligentes e dessa vez foi quase perfeita!
Digo quase porque eu ainda posso ser bem chato e perguntar como o corpo dele mantém a coesão. Por exemplo, olhe o esquema da parede. Como ele consegue erguer a perna se o resto do corpo está intangível? Mas se ficarmos procurando esses pequenos problemas nunca iremos aproveitar de verdade a obra, então eu aceito muito bem até sem essas explicações!
Quem sabe o impacto de Boku no Hero na cultura faça com que esses poderes fiquem mais interessantes, afinal quem sai ganhando somos nós, os fãs!
Quem sabe o impacto de Boku no Hero na cultura faça com que esses poderes fiquem mais interessantes, afinal quem sai ganhando somos nós, os fãs!
Até a próxima postagem!